No breu da noite, a lembrança
Me arranha a alma, me causa dor.
O que foi se esvaiu, e a saudade,
Em meu peito, virou um clamor.
Passarela da vida, palco de amargura,
Onde a tempestade me abate em seu furor.
A chuva, um pranto que em meu ser perdura,
Lava a calçada e me desvia do amor.
Sinto a brisa que um dia nos uniu,
O suspiro que me aprisionou.
Guardo na memória a gota do beijo que nos uniu,
Onde nossos corpos se tocaram e o tempo parou.
A coragem de fugir, em segredo,
A audácia de viver sem medo.
No calor do sol, ou no breu da noite,
A vida se esvanece, e o medo some.
Lembro de você, com um sorriso no rosto,
A Cinderela dos meus versos, o paraíso dos meus sonhos.
Seu abraço, um porto, um abrigo para o meu ser,
Sua essência, uma fonte de vida, que não se pode esquecer.
Seu corpo no meu, um rio de prazer,
A sede saciada, a paixão a florescer.
Em cada curva, a água escorria,
O tempo parou, só nós dois existia.