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segunda-feira, dezembro 05, 2016

Saudade Que Consome

Distante do amor que me incendeia,
Entre a vida e a morte, a alma braceja.
Tua ausência é um grito que me arranha o peito,
Lamento em cada aurora, em cada anoitecer desfeito.

Sem o doce toque dos teus lábios, sem teu calor,
Um abismo se abre, transbordando dor.
A água que sacia, agora envenena,
O ar que respiro, em sua ausência, me condena.
Nem a folha filtra a mágoa que me invade,
Sou eco de um grito na imensa saudade.

Tua voz, um sussurro que o vento me traz,
Ecoa em meus ouvidos, tirando-me a paz.
É um martírio constante, um pesar sem fim,
Perder-te assim, sem razão, sem um porquê.
Sou eu quem jaz na beira do abismo,
Meu coração silente, sem teu calor, num fatalismo.

Volta, amor, e resgata-me deste pesar,
Ou irei ao teu encontro, onde quer que estás.
Contaminado pela angústia, fraco me encontro,
Entre a vida e a morte, meu ser se desconforta.
Como renascer, como me refazer,
Se até o vento chora ao teu nome dizer?
Não desejo a morte, mas anseio por ti,
Por que não regressas, se a vida é mais bela aqui?

Não chores, meu amor, não irei desistir,
Perdido estou, sem norte, sem saber para onde ir.
Busco um novo fôlego, um recomeço em vão,
Desejo sentir-te no vento, acalmar o coração,
Sarar a ferida que me consome em dor.
Suplico aos céus que me permitam viver,
Para ter-te de volta, sentir teu corpo, nunca mais morrer.

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