Ó Luz que me acendes onde jaz a sombra,
E que aos ouvidos minha Poesia entoa,
Tu, distante, que minha vista assombra
Com a beleza que em teu semblante boia.
E que aos ouvidos minha Poesia entoa,
Tu, distante, que minha vista assombra
Com a beleza que em teu semblante boia.
Desde longe, os olhos em teu vulto fitos,
Como o Luciérnaga no negror da noite,
Vislumbro os teus traços, não mais contritos,
E a inspiração me veste qual veste que a coite.
Te sondo, alma pura, em tua essência rara,
Com ardor que o tempo jamais há de extinguir;
És a Estrela na névoa, a claridade clara,
O Verso que vive para sempre florir.
Do Coração aflito te sonda a saudade,
Em busca do Éter que a tua graça exala;
Pois me deste a Lume à vasta escuridade,
E em ti só reside a Verdade que me embala.