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segunda-feira, novembro 01, 2021

Na Parada

Paixão que aflige, dor que me consome,
No peito um verso que teu nome clama;
Se vão as alegrias que outrora tive,
Longe do verde em teu olhar de lama.

​Teus olhos vivos que se vão de mim,
Como a esperança que se faz em brumas;
No coração me dói o medo em fim,
Perdido em trevas e em pesadas plumas.

​E a vida passa, louca locomotiva,
E o tempo corre, um trem que não me espera;
Sento na parada, alma cativa,
Olhando a montanha que tua ausência venera.

​Quero que voltes, que em meu peito habites,
Que eu me confunda em teu viver sem dor;
Que a providência, que aos meus rogos cede,
Me console em ti, em teu amor.

​Eis a pergunta que me faz a vida:
Se espero em ti ou se adentro neste trem,
Pra te buscar, alma por mim perdida,
Ou te acolher ao meu materno seio,
E te amar de novo, ó meu bem.

​O corpo se move, inquieto e sem destino,
A alma divaga, sem achar um porto;
E a loucura, um monstro, me persegue,
Alucinado, em busca do teu corpo.

E a nuvem passa, o sol enfim se vai,
E a dor de amar, sem ter quem me afague;
Choro um mar de pranto em minha alma só,
Na triste espera que o vagão traga.

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