Flechas me transpassam,
maltratam.
Feridas que não cicatrizam,
jorram lágrimas de sangue.
A ansiedade de reconstruir
os poucos momentos únicos
que vivemos.
Meu coração não se contém.
Minha alma, manchada,
não suporta a sua ausência,
os arranjos que construímos.
Não dá pra voltar,
não dá pra esquecer.
Sua presença foi forte,
sua partida, vazia.
Noites tenebrosas,
angustiantes.
O sono me abandona.
A dor não esconde as manchas
tatuadas na alma.
Preciso ter você,
nem que de longe,
para a alma sossegar.
O mel dos seus lábios,
favos que lavam e mancham.
Trêmulo na utopia
que a vida criou, e dispersou.
Sou réu,
neste banco,
fadado a esperar
que me tirem da prisão.
Sedento, ardente em chama.
Nem a chuva, nem a lâmina
poderiam apagar
as manchas da saudade.
Queria reconstruir,
uma única vez,
deixar o medo evaporar.
Solidificar o amor
entre eu e você.
Se cabe na palma da minha mão,
preciso te esculpir,
uma obra perfeita.
Deixaste manchas em mim,
com detalhes riquíssimos
impregnados no meu corpo.
Escrevo-te em olhares,
sondo teus pensamentos,
teus suspiros,
tua alma que me chama
a te deleitar.
Belissimo texto
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