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segunda-feira, março 31, 2025

Noite traiçoeira

Por caminhos seguia em silêncio.
Na espreita sombra que me seguia,
Com arrepios torturantes na espinha,
Cada passo o medo insistia.

Na madrugada da escuridão sombria.
Não esperava ouvir aquela melodia;
Que o soprano de longe se ouvia;
Onde os pelos, se manifestavam à correr.

Gritos aterrorizantes se confundiam,
Ao toque daquela sinfonia sombria!
Trêmulo e alucinado, os pés gelados.
Olhos altivos e lágrimas aprisionadas.

Se corro, se paro, exausto estou.
Na fenda, se via o fim do furor!
Como não sentir a dor do desespero;
Se até a alma deseja esvaziar-se do corpo.

Mas seguia, no propósito de acalmar-me.
Pois sentia, que ao amanhecer venceria;
Sorriria para tudo que acontecerá.
Mas confesso, o corpo todo tremia.

Angustiado ou desanimando,
Sem rumos de onde os caminhos me levariam,
Porém, exausto de ouvir aquela tenebrosa melodia,
A qual não cessava, e enstingava minha alma a fraquejar.

Choros e gritos, ruivos e zumbidos.
Claros e confusos, pedidos a ecoar,
Não dá pra separa-los dos acordes que tocam;
Pois, até às batidas do meu coração já não se ouvia.

Sussurros, no silêncio ao caminhar,
São levados ao vento,
De caminhos adentro, e já não sei...
Para onde me levará os caminhos a pernoitar.

domingo, março 09, 2025

Coração do errante

Transcende na alma, a calma de quem conduz.
Na sutileza do caminhar, as curvas a passar.
Dai-me senso e bom senso nas palavras;
Para descrever, sua altivez e gentileza.
Que na alma do sertanejo, há um desejo no coração.

Sou errante do sertão, que na encruzilhada da vida, pode ter observar;
Sou poeta por natureza, conduzido pela percepção do olhar;
Sou sacro, sou farto de pensamentos, mas alucinado por amar demais.
Quero tirá-la dos pensamentos, onde as almas transpiram no calor dos corpos.

Sou errante do sertão, onde a alma conduz o coração, desse pobre sofredor...
Onde a força predomina, o coração desse errante nordestino que se perdeu no seu caminho, a procura do teu olhar.
Que no silêncio aprecia a alma e a calma, de quem tu és!
Tu és formosa, como a jasmim, a mais exuberante entre as plantas.

Gentileza, que encanta e transcende nos corações,
Entre um andar e outro, baila as curvas de seu corpo,
Risos que se percebe ao vento ecoar; tornando-se armadilhas as asas de quem voa.
Li um poema, que me fez lembrar você, onde mencionava um rubi esculpido naturalmente; que poucos podem vê.
Indo vê-la, desejando tê-la, mas com senso nas palavras trocadas, espero que não esqueça.

A falta que me faz!

Sinto muito, por não ter visto você!
Deixei passar o tempo, e mesmo assim, sinto!
Sinto que deveria ter amado mais, 
Por não ter ouvido seus sussuros ao me invocar.
Sinto muito, por não ter percebido você!

Te fiz chorar, e sinto que necessito do teu perdão.
As vezes me perco no caminho das palavras,
E sinto, que a agonia é o preço da solidão.
O mundo desaba só em pensar.

O amor ainda persiste em me assombrar.
Sinto que preciso te reencontrar!
Sinto muito, por não ter visto você!
Mesmo quando a lua me conduzia à ti.
Sinto muito, mas ainda doe não te sentir.

Acreditei nas minhas loucuras,
Por mas obscuras que sejam para mim...
Sinto muito, mas na roda da vida, me perdi!
Necessito te dizer, que sinto tua falta!
E nas noites frias, sinto que vou morrer.

O sol que nasce em cada amanhecer,
Queima minha alma, e me faz entender,
Que os dias longos dessa vida, é melhor morrer.
Pois, sinto uma dor profunda, por não sentir você.

terça-feira, março 04, 2025

Livre

Ventos do norte, passam pelos meus dias,
Como a relva a cada amanhecer,
Percebo a brisa no rosto,
Fazendo a alma estremecer.

Havido, vendo o tempo passar,
Do pó das cinzas, recupero as forças para me levantar,
Não há fraqueza que no peito deixe escapar,
Fugir não adianta mais, na alma cicatrizes há.

Se vai ou se fica, não sei explicar 
Clama, uma chama ardente,
Por dentro à devorar.
Já ressurgir, tentando abortar, as dores findam...

Se vai, és livre para não voltar!
Se fica, és maduro para suportar.
Só não me deixes ao alento.
Como outrora, quiseres deixar!

Me digas, amor meu, o que serás de mim após os vendavais?
Se na chuva de lágrimas permaneço!
Se vai ou se fica, não sei explicar.

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