Silêncio

Recorro-me de pensamentos distantes, pairo e não consigo prosseguir.
Dias vem e voltam, as nuvens continuam turvas!
Na frente do caminho estou, por onde devo prosseguir?

A chuva cai, o vendaval bravo ainda está.
Penso, e não dá para continuar, vem me encontrar!
A lua, que nua esta, não me guia a nenhum lugar!
Nem as estrelas, que apontam para o mar, ainda distantes estão de alcançar...

Sai, vai ao meu encontro e traz-me de volta meus pensamentos errantes!
Penso que irei morrer, de morte morrida ou afogado meio as lágrimas, ou empurrado pelos vendavais!
Volta, e traz minha força que desfalece assustando-me!
Grito, por dentro em silêncio, tento parar.

Mas, são tantos pensamentos, que se eu ficar para onde irei?
Se o sol ainda brilha, quero me encontrar, na praia ou a beira do mar...
Invade-me, me faz respirar, em meios à suspiros, me rompe esse medo, essa dor.
Perpetua, transcendendo meus pensamentos que de longe e de perto me retiram de ti;

E se eu cair, quem irá me levantar?
Omar bravio está, e meu barco enfrenta seus vendavais...
Tentando nos naufragar, salva-me!
Vejo-te de longe, busco-te para perto, mas há muralhas que nos afastam.
Não controlo os pensamentos, que insistem à me iludir!

E se eu não conseguir encontrar-te no caminho, para onde irei?
Se eu cair, quem me levantará?
E se as águas me afogarem, quem me socorrerá?
Busco equilibrar-me, mas os dias são difíceis...

Desânimo, meu mundo desmoronando, meus pensamentos desorganizados apontam direção diferente;
E a vida passa, não sabendo eu como prosseguir!

A Tua Presença

No silêncio que me invade, suspiro e reflito com a emoção de sentir a tua presença.

São tantos os momentos que para guarda-los, são precisos escrevê-los cada um,

Sou errante do sertão, com um coração ainda fluindo;

Que não sabe discernir o passado do presente, dos dias frios ou quentes.

Abre-se as portas, o choro invade meu ambiente.

Misturados com risos, de quem ainda não sabe falar...

Os olhos que nos impacta, e nos deixa hipnotizados, marcam a sua presença!

Não tem como se curvar ao protagonista dessa historia.

Vivo para sentir tua presença, no tempo certo em que foi concebido;

A esperança se renova, reconstitui-se a cada amanhecer...

Tú és Ben, oriundo de grandes promessas;

Que ora, que chora, que ri e floresce em corações ansiosos.

Quem de ti conservas o teu amor?

Quem podes determinar o tempo que de teus risos,

onde buscarei a tua presença?

Facas tú, ó filho amado, as benefícias que o tempo pairou!

Faça-nos ri, alegrando-nos, salvando-nos de nossos medos!

Venha no tempo certo, reconstruindo cada ambiente;

Guia-nos pelos risos da vida, por tua formosura...

e nos envolve com tua presença!

Acalenta minha alma, ao ouvir teus risos,

Teus ouvidos buscam a minha voz, na intuição de conhecer minha face!

No tempo, rompe-se o silêncio de quem ainda não sabe conta-lo, mas já aprecia.

A cada murmuro, o encanto transcende.

Pois, somente tua presença nos preenche das angustias da vida.

Sol

Neste momento em que me abraça as lembranças, as memorias de um tempo que não volta mais.

Imagino como foi viver o dia todo, sem sentir minha presença, pois a falta da sua foi eterno vazio,

Os dias começavam sempre com o brilho do sol aquecendo a minha janela,

Sim e eu sempre ficava na espera de que os raios pudessem me tocar;

Sempre que à via, me alcançava a esmagadora agonia e uma tamanha vontade de tê-la em meus braços.

O vento que soprava, sempre carregava seu nome aos meus ouvidos.

Sol, a temperatura perfeita, onde os acontecimentos celebram a cor da alma em chamas,

Foste minha ametista, tirando-me dos padrões egocêntricos em que vivi,

Salvaste-me de decepções e frustrações que a vida atraiam-me;

Por instantes, foste minha sem alma, sem corpo, sem afago...

Testemunhastes o melhor de mim, minha inocência do desprendimento da ilusão;

Do desejo de minha alma, ser a metade da sua, incorporar a mais bela das realizações.

Foste chamas e gelo em meu peito, por fraqueza minha de não lutar em busca do seu calor;

É cômico a forma de vê-la e senti-la,  por não tê-la...

Ainda aprecio teu jeito meigo e doce, que os vendavais não destruíram;

Sinto força em teus braços, mesmo não sentindo-as,

Sinto que o tempo não levou as boas recordações.

És, a letra desta melodia, o encanto que irradia as manhãs vívidas dos seus.

Fostes e és, o meu Sol das manhãs que me aquecem,

Pode o tempo ultrapassarem os limites do sobrenatural,

Mas será você que brilhará ao romper de cada amanhecer!