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quinta-feira, abril 24, 2025

Saudades da Gente.

Oh, saudades da gente!
Dos tempos que sorrimos juntos;
Da melodia em que ouvia cantar,
E na janela víamos o vento passar.

Oh, saudades da gente!
De vê aquele brilho no rosto;
Quando pairava em minha frente;
Querendo algo dizer-me.

Que saudade gente!
Das brigas de brincadeiras gritantes,
Que na rua desprezava a saudade,
Nas tardes do pôr do sol.

Saudades da gente!
Das andanças pelas matas adentro,
Em busca de um ninho para repousar;
E no canto sereno da brisa, a noite descansar.

Gente, que saudades da gente!
Da roda de conversa, em que o papel e o lápis de cera se faziam presentes,
Tão natural como a gente, não podia imaginar.
Quanta saudades da gente desenhar.

Saudades da gente e de gente.
Assim, o mundo se desenha,
Nos detalhes de cada resenha,
Em que a vida, se torna palco de amigos,
E de poucos gentes.
Oh, que saudades da gente!

sexta-feira, abril 11, 2025

Refúgio

As vezes é preciso parar.
Deixar as feridas por si mesmo sarar;
Sair dessa neurose,
Que é o sentimento de amar.

Permitir que o tempo resolva,
O que ele mesmo criou...
Não quero ser indiferente,
Quero ser presente,
Nessa questão de amor.

Estive de lados opostos,
Não soube contornar
Sempre busquei seus beijos,
Em seus braços, sempre quis estar.

Contei por diversas vezes, as estrelas do mar 
Procurando uma pérola, que pudesse te presentear.
Fui morto através de gotas,
Por esse sentimento de amar.

Cedi, mas perdi por entre os dedos.
Corri, para não me iludir ainda mais;
Sofri, nas correntezas de lágrimas,
Por esse sentimento de amar.

Não quero ser importuno,
Nem sei mais o que sou!
Se vivo ou morro:
Por esse sentimento de amor.

Meu espírito desfalece, minha alma evapora-se.
Escondendo-se em densas florestas,
Não tão perto, nem tão longe...
Apenas recorre ao livre arbítrio, para se encontrar.
Por causa desse sentimento de amar.

segunda-feira, março 31, 2025

Noite traiçoeira

Por caminhos seguia em silêncio.
Na espreita sombra que me seguia,
Com arrepios torturantes na espinha,
Cada passo o medo insistia.

Na madrugada da escuridão sombria.
Não esperava ouvir aquela melodia;
Que o soprano de longe se ouvia;
Onde os pelos, se manifestavam à correr.

Gritos aterrorizantes se confundiam,
Ao toque daquela sinfonia sombria!
Trêmulo e alucinado, os pés gelados.
Olhos altivos e lágrimas aprisionadas.

Se corro, se paro, exausto estou.
Na fenda, se via o fim do furor!
Como não sentir a dor do desespero;
Se até a alma deseja esvaziar-se do corpo.

Mas seguia, no propósito de acalmar-me.
Pois sentia, que ao amanhecer venceria;
Sorriria para tudo que acontecerá.
Mas confesso, o corpo todo tremia.

Angustiado ou desanimando,
Sem rumos de onde os caminhos me levariam,
Porém, exausto de ouvir aquela tenebrosa melodia,
A qual não cessava, e enstingava minha alma a fraquejar.

Choros e gritos, ruivos e zumbidos.
Claros e confusos, pedidos a ecoar,
Não dá pra separa-los dos acordes que tocam;
Pois, até às batidas do meu coração já não se ouvia.

Sussurros, no silêncio ao caminhar,
São levados ao vento,
De caminhos adentro, e já não sei...
Para onde me levará os caminhos a pernoitar.

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